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Seminário da reposição automotiva apresenta tendências, oportunidades e desafios

05 ago, 2013

Frota circulante em ascensão deve chegar a 50 milhões de unidades até 2015 e  continuará a movimentar o setor que faturou R$ 75 bilhões em 2012. Cadeia produtiva precisa cuidar da ponta que é o reparador e gerar valor agregado na venda de peças, o que proporcionará melhores resultados a todos os elos do segmento.

A 19ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, realizada, no dia 13 de agosto, em São Paulo, reuniu representantes de todo o setor de reposição automotiva: fabricantes de autopeças, distribuidores, varejistas e reparadores que lotaram o teatro do hotel Renaissance para conhecer as tendências e o panorama para os próximos anos.

Como anfitrião e responsável pela coordenação do evento este ano, o presidente do Sicap/Andap, Renato Giannini, fez a abertura da cerimônia do seminário, destacando números do setor, como faturamento de R$ 75 bilhões em 2012 e mais de 1 milhão de empregos diretos. Também falou que as oficinas independentes são responsáveis por 90% da manutenção da frota dos veículos estimada em 38 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais, leves, ônibus e caminhões, segundo estudo da frota circulante do Sindipeças.  Giannini frisou a importância do aftermarket para a economia do País.

Representantes das outras entidades que fazem parte do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, também deixaram mensagens sobre o momento atual do setor. O conselheiro do Sindipeças para o mercado de reposição, Elias Mufarej, citou dados do levantamento da frota circulante realizado pela entidade que estimam crescimento para os próximos anos, chegando a 50 milhões veículos até 2015. Com isso, o mercado de reposição tende a se manter em evolução, o que beneficia toda a cadeia produtiva.

Na condição de diretor da Abrapneus, Rodrigo Carneiro, que também é vice-presidente do Sicap/Andap, reforçou a importância da frota continuar a aumentar, mas lembrou que o setor precisa ter maior representatividade, junto ao governo, para evitar que algumas condições favoreçam somente às montadoras e acabem prejudicando o aftermakert que tem uma carga tributária elevada.

O presidente do Sincopeças-SP, Francisco de La Torre, falou sobre os novos modelos de negócios que estão surgindo, da diversificação de produtos que exige conhecimento técnico e muita informação e também das mudanças na gestão com as novas regras tributárias que devem ser implementadas pelos varejistas.

Agradecendo a presença de dirigentes dos Sindirepas de vários estados e também do Conarem, Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional, comentou que há necessidade de indicadores do setor de reposição. Também salientou que a frota circulante em evolução gera demanda na reparação e convidou as entidades a participarem, no dia 28 de agosto, da visita que o Sindirepa Nacional fará ao Congresso para discussão com parlamentares sobre o projeto de lei que trata da inspeção técnica veicular no Brasil, além de outras pautas de interesse do setor.

Para traçar o cenário econômico brasileiro, o consultor da Mauá Sekular Investimentos, Luiz Figueiredo, apresentou dados que explicam porque o Brasil deve crescer apenas 2% em 2013 e 2014. O consultor afirmou que o PIB foi revisto para baixo devido à retração do consumo dos últimos meses e que esse movimento é cíclico e necessário para a economia poder crescer de forma sustentável. “O que estamos vivendo faz pare do processo para conter a inflação que tem chegado ao patamar de 6% a 7% ao ano”, contou. Ele disse que o Brasil tem dois problemas para resolver: a alta carga tributária que afeta a competitividade das empresas instaladas no País e falta de infraestrutura. Quanto aos impostos, Figueiredo acredita que o governo não tem interesse em reduzir, já com relação à infraestrutura comentou o processo de concessões começa a andar. Outro ponto destacado pelo consultor foi o aumento dos custos com mão de obra, o que diminui a margem de lucro das empresas. “Houve inflação porque o consumo aumentou e a produção ficou estagnada”, apontou.  Ele afirmou que a redução da demanda, com até queda das vendas no varejo, é importante para conter a inflação e ajustar o desequilíbrio gerado pelo aumento da oferta que não foi suprido. Com isso, o nível de desemprego deve subir e chegar a 7,5% ao final do ano, segundo projeções do consultor.

Em sua análise, a situação é tranquila porque o Brasil não tem endividamento externo, os bancos estão em uma situação muito boa e o comprometimento de renda da população é razoável e por um período curto de dois anos, ao contrário de outros países, como Estados Unidos que chega há 30 anos com a compra de imóveis.     

De forma descontraída e animada, o consultor e professor especializado em vendas e marketing, Cláudio Tomanini, entreteve a plateia com sua abordagem divertida para falar da importância de reinventar a forma de se relacionar com o cliente que está mais exigente e bem informado. Ele citou vários exemplos bem sucedidos e como os setores tiveram de mudar a maneira de atuar e que a questão não é preço, mas agregar serviços ao produto para valorizar a venda. Para o consultor, todos os elos da cadeia produtiva devem trabalhar em prol do desenvolvimento do reparador que está na ponta e gera demanda para o mercado. Como exemplo, Tomanini, falou do caso da Ambev que, por conta da difícil relação com as redes de supermercados, resolveu fazer um amplo trabalho de capilaridade para ampliar as vendas em pequenos estabelecimentos e, assim, melhorar as margens.  Outro caso destacado pelo consultor foi das fabricantes de tintas que se aproximaram de todos os profissionais da cadeia, como arquitetos, engenheiros e pedreiros para aumentar os resultados. “Grandes varejos como os supermercados perceberam o poder do consumidor final e acabaram dominando toda a cadeia”, afirmou.

Tomanini comentou que tudo está mudando já que o cliente é um alvo móvel e isso vem acontecendo em vários setores. “Neste contexto, o vendedor deixa de ser um tirador de pedidos para ser um gestor de negócios”, acrescentou.  Ele também ressaltou a importância das empresas se preocuparem com o valor do cliente no tempo, agregarem serviços aos produtos e segmentarem o mercado. Para ele, é preciso tocar o cliente de forma diferente para que ele perceba o valor da marca.

Abordando o cenário internacional do aftermarket, Lúcia Moretti, vice-presidente senior da Delphi e presidente da Delphi Soluções em Produtos & Serviços, com 10 anos de experiência em outros países, apresentou previsões de crescimento da frota circulante mundial composta por 1 bilhão de veículos e que deve chegar a 1,3 bilhão até 2020. Segundo a executiva, o aumento mais expressivo estará concentrado na China que deve crescer 75% e América do Sul (Brasil e Argentina) perto de 20%. “São mercados importantes que estão em desenvolvimento, ao contrário dos Estados Unidos e Europa que são mais maduros e estão estáveis”,  considerou.

Sem pretensões de sugerir um formato para o mercado de reposição brasileiro que está passando por transformações, Lúcia mostrou os modelos norte-americano, europeu e chinês que possuem características distintas. Com relação aos Estados Unidos e Europa, ela salientou que são mercados consolidados, onde, independente de quantos elos tem a cadeia produtiva, há respeito e ajuda mútua para gerar valor. “Não há disputa por preço, nos Estados Unidos, por exemplo, existe um catálogo eletrônico com as informações de autopeças de todas as marcas, disponíveis para consulta. O diferencial entre as empresas é oferecer detalhes e dados sobre os produtos”, garantiu.

A telemática é outra ferramenta importante que pode ajudar o reparador que está na ponta. Ela citou que um aparelho com GPS que faz diagnóstico a distância ajuda no dia adia da oficina, além de oferecer comodidade ao cliente e é um exemplo e como a cadeia pode agregar valor ao serviço. A executiva apontou que, no Brasil, ainda faltam informações detalhadas do mercado, o que dificulta o planejamento das empresas e que as entidades devem ter um papel atuante, disseminando informações e discutindo estratégias com o mercado. “Nos Estados Unidos temos dados detalhados da frota até por CEP, o que facilita a tomada de decisão das empresas”, exemplificou.

Para Lúcia, a informação deve ser compartilhada e também é preciso ter colaboração mútua de todos os elos da cadeia em prol de uma gestão que permita bons resultados a todos os elos envolvidos.  É desta forma que acontece nos mercados norte-americano e europeu. A previsão para os próximos cinco anos é que mercado de reposição mundial cresça 6% a 9%, desempenho superior às vendas de novos estimadas de 3% a 6% no mesmo período. Os mercados que devem registrar melhor performance são a China e América do Sul, além de outros países que formam o BRIC. A vice-presidente da Delphi revelou outro ponto importante que são as grandes redes de varejo que, ao longo de 30 anos, transformaram o mercado norte-americano e hoje três empresas dominam. “No México, por exemplo, a Auto Zone está presente há 10 anos e já é líder, onde o varejo já possui 40% de participação na fatia do distribuidor”, ponderou. Vendo esse movimento acontecendo em outros países, disse que isso também pode ocorrer no Brasil.

Outro tema abordado no evento foi a garantia das autopeças que foi apresentado por meio de peça teatral produzida pelo grupo Toque de Areia que mostrou situações vivenciadas em oficinas de uma forma bem-humorada. Para complementar as informações, o coordenador do GMA, Luiz Sérgio Alvarenga, destacou a relevância do assunto que já está sendo discutido e estudado pelas entidades já há algum tempo, com a formação de um grupo liderado por Anselmo Dias, diretor da distribuidora Odapel. Alvarenga destacou que o assunto é complexo, mas há necessidade de adotar medidas para melhoria de processos, uma que vez que o setor perde em torno de R$ 500 milhões anuais com a garantia.

Ao final do evento, foram sorteados à plateia um iPad e dois aparelhos central multimídia universal.




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