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Uso consciente

08 mar, 2012

Calcula-se que a frota de veículos no mundo esteja em torno de 850 milhões de unidades, dos quais 33% circulam nos Estados Unidos, ou seja, 280 milhões de veículos. Simplesmente 10 vezes o tamanho da frota brasileira (estimada) atual.

As perspectivas são de que o volume de veículos aumente ainda mais nos próximos anos. No Brasil, o mercado está bem aquecido e a indústria automobilística vem quebrando recordes de vendas. Esse é o lado gostoso da história, as pessoas comprando um novo veículo, realizando sonhos acalentados durante anos. Os preços, os prazos de pagamento, as taxas de juros nunca estiveram tão baixas à disposição do cidadão (ainda exageradamente elevadas, se comparadas com o mundo civilizado).

Essa frota circulante, perto de 28 milhões de veículos, provoca algumas reflexões muito sérias. E todas elas, relacionadas com a manutenção, e notadamente a manutenção preventiva. O Brasil e o Estados Unidos têm idade média de frota muito semelhante, 9,1 anos. No entanto, aqui os extremos são relevantes. Veículos velhos não são necessariamente um problema. Mas, veículo velho e sem manutenção é que representa um problema sério. E a primeira questão que se impõe é a da poluição causada pela emissão de gases.  Nas grandes cidades, os veículos automotores (mal regulados) são os maiores responsáveis pelos níveis de emissões. E, acreditem, o problema não é tão difícil de ser resolvido. Experiências de campo revelam que, uma boa regulagem de motor aliada, em alguns casos, a trocas de filtros de ar e óleo podem deixar o veículo em condições muito adequadas nesse quesito. E mais, o seu desempenho fica muito melhor.

Uma outra questão absolutamente relevante está relacionada com a segurança do ocupante. Temos lembrado nessa coluna que o veículo é um sistema integrado. O cuidado com as partes garante o funcionamento do todo. Estatísticas mostram que há um percentual elevadíssimo de acidentes ocasionados por falta de manutenção. No Estado de São Paulo, o número vai de 14% a 46% nas estradas e cidade, respectivamente.

E a preservação do valor de revenda, uma questão de fundo econômico e importante para o bolso da grande maioria dos brasileiros. Afinal, poder vender seu veículo usado por bom preço e ter o valor investido na troca reduzido é muito importante. Vender  um veículo usado ostentando que ele “está inteirinho” requer mesmo boa manutenção. Afinal, ninguém é bobo o suficiente para se deixar enganar pelas aparências. Então, a manutenção correta assegura também esse benefício.

Há motoristas que fazem questão de seguir as instruções contidas no manual do fabricante para manter o veículo sempre em ordem. Infelizmente, essa prática não é nada habitual no Brasil. Pesquisas que avaliam o comportamento do motorista brasileiro revelam o contrário. O veículo, passado o período da garantia, só vai para a oficina quando apresenta algum problema.

A checagem preventiva, além de mais econômica, garante que o motorista tenha um diagnóstico preciso que permite dimensionar o investimento necessário. Além disso, o motorista poderá apresentar ao seu mecânico de confiança qual a condição de utilização do carro, ou seja, se dirige em zonas de tráfego intenso ou em rodovias. São fatores preponderantes que afetam diretamente o desgaste dos componentes. Tudo isso deve ser levado em consideração quando é feita a manutenção preventiva no veículo.

Nas avenidas da cidade de São Paulo, a CET retira diariamente, em média, 470 veículos por apresentarem falhas mecânicas ou panes elétricas. Se cada veículo parado em via pública durante 30 minutos, obstruindo uma das faixas causa congestionamento de 3 km, imagine centenas em vários pontos da cidade que já sofre com o caos do trânsito. Por isso, o motorista deve ter a consciência de cuidar do seu carro para não aumentar ainda mais essa lamentável estatística.

Este ano, a prefeitura de São Paulo vai implantar a Inspeção Veicular Ambiental, começando com os veículos a diesel, ampliando posteriormente para os demais veículos automotores. Medidas desse tipo costumam provocar protestos na população diretamente afetada, seja por desconhecimento técnico do assunto ou por desconfiar “do que está por trás disso tudo”.

No entanto, essa é uma iniciativa séria que merece o nosso apoio integral. A poluição na cidade de São Paulo atinge, em determinadas épocas do ano, níveis alarmantes. E, os veículos automotores são responsáveis por mais de 90% dessas emissões.

Não podemos esquecer que São Paulo é uma cidade linda, cheia de atrativos e oportunidades para se viver e trabalhar. Por tudo isso, E merece ser protegida e bem cuidada. Bem-vinda à Inspeção Veicular Ambiental.

Em outros países, já existem programas de controle para reduzir o nível de emissões de poluentes que garantiram números bem satisfatórios. O mesmo deverá acontecer aqui no Brasil.




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