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Certificação é a base para garantir o desenvolvimento do mercado de reposição automotiva

Durante O I Fórum IQA, dirigentes de entidades que representam a reposição destacaram a importância da certificação de autopeças, profissionais e serviços, como medidas importantes para assegurar o crescimento do setor e a satisfação do consumidor.

Da esq. p/ dir.: Luiz Sérgio Alvarenga, Antonio Fiola, Edson Brasil, Francisco de La Tôrre e Rodrigo Carneiro Representantes do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva, que reúne Sindipeças, Sindirepa-SP, Sincopeças, Sicap/Andap e Abrapneus, participaram do painel de debate: “A qualidade no aftermarket e os avanços nos programas de certificação compulsória de autopeças”, realizado no I Fórum IQA – Qualidade Automotiva. “A reparação de veículos trabalha no projeto de lei para regulamentar o negócio no Brasil, desenvolver normas e procedimentos no setor, bem como competências do profissional. A certificação compulsória de autopeças vem para fechar esta trilogia?”, questionou Luiz Sérgio Alvarenga, coordenador do GMA e mediador do painel, no início dos trabalhos.

Segundo Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP, Sindirepa Nacional e porta-voz do GMA, as certificações de autopeças, dos profissionais e das empresas de reparação devem garantir qualidade dos serviços prestados ao consumidor. “Estamos integrando todos os processos e procedimentos da empresa de reparação de veículos por meio do projeto de lei para regulamentar a atividade que está em análise na Câmara dos Deputados. Os profissionais contarão com a certificação do SENAI. Ambos, juntamente com a certificação compulsória de autopeças do Inmetro, oferecem qualidade e segurança ao consumidor”, afirma Fiola, acrescentando que a certificação de peças também traz confiança às oficinas que também possuem certificação dos procedimentos, concedida pelo IQA.

Francisco de La Tôrre, presidente do Sincopeças, disse que o sucesso de um elo da cadeia representa o de outro. “Atualmente, existem mais de 1.600 modelos/marcas e versões de veículos leves, pesados, motos e máquinas agrícolas, o que trouxe centenas de novos fabricantes. Não há como os varejistas avaliarem a qualidade das peças e, nós, somos responsáveis solidários pelo que vendemos. Por isso, a certificação é tão importante. Oferece segurança para se trabalhar”, salientou.

Já Rodrigo Carneiro, vice-presidente da Andap/Sicap, entidades dos distribuidores de autopeças, alertou sobre questões importantes que interferem, diretamente no mercado. “O setor de reposição independente no Brasil não é suficientemente conhecido pelas entidades governamentais. É importante ficarmos atentos com relação, por exemplo, ao projeto de lei que deve entrar em vigor e prevê a comercialização de peças usadas pelos desmanches”, advertiu.

Edson Brasil, conselheiro do Sindipeças, comentou que o Inovar-Auto, programa para promover a competitividade da indústria nacional, privilegia as empresas que investem em tecnologia, o que acaba resultando em qualidade, refletida também no aftermarket. “A indústria de autopeças fornece os componentes para as montadoras e para o mercado de reposição”, disse Brasil, lembrando que quando se fala em qualidade de produto tem de pensar também em qualidade de todo o serviço. E, para isto, é preciso oferecer as informações para o mercado de reposição.

Para ele, a certificação de autopeças protege o consumidor final. “Não se pode abrir espaço para o mercado informal ou pirata”, afirmou. Já as montadoras devem saber que quando lançam o veículo no mercado, ele vai circular por mais de 10 anos, e terá que ser reparado durante a sua vida útil.

Como funciona o processo de certificação de peças

Segundo Fiola, a certificação começou por grupo de peças, como rodas, catalisadores, vidros e itens de segurança, mas outros componentes iniciam o processo dos estudos e criação da norma ABNT, etapas necessárias para a conquista do selo do Inmetro. O avanço também dependerá da adesão e da preparação da indústria para atender às exigências da certificação.

Novas regras da inspeção ambiental em São Paulo não favorecem o setor

As novas regras da Prefeitura de São Paulo em relação à inspeção ambiental veicular não foram bem vistas pelos participantes. Fiola falou que as restrições e intervalos maiores para a realização da inspeção pode desestimular o consumidor a fazer a manutenção preventiva do veículo. De acordo com de La Tôrre, já foi sentida uma mudança de comportamento do consumidor no varejo do ano passado para cá. “Antes exigiam qualidade das peças, agora só se preocupam com o preço. A marca e a certificação são importantes porque dão sustentação e credibilidade”, comentou.

Ao final do painel, Carneiro e Brasil concordaram que a cadeia deve trabalhar em conjunto para que a certificação de autopeças aconteça mais rapidamente. Já de La Tôrre, concluiu dizendo que para o mercado independente continuar crescendo é necessário, além da certificação de produto, trabalhar fortemente também a certificação de processos e serviços. “O caminho para levar segurança ao consumidor é a certificação em toda a cadeia”, finalizou Fiola.