Dicas para cuidar do sistema de freio do seu carro
Com o tempo de uso, o sistema de freio sofre desgaste natural, por isso, é importante fazer a revisão nesse importante item de segurança
Infelizmente, o ano mal começou e os acidentes de trânsito em estradas federais em todo o País já deixam saldos elevados de mortes e feridos. A imprudência do motorista tem sido apontada pela Polícia Rodoviária Federal como a principal causa dessas tristes ocorrências registradas nas rodovias de todo o País.
O que não é comentado e nem muito menos avaliado são as condições desses veículos que trafegam pelas rodovias brasileiras. Como não existe um método que controla o estado de conservação da frota, não é possível dimensionar a influência direta do veículo em acidentes.
O único estudo realizado desse gênero no Brasil realizado pela consultoria Scaringella Trânsito aponta que o fator veículo influenciou 27,1% nos 3.567 acidentes analisados.
São dados preocupantes que só vêm a confirmar o que aprendemos com os resultados de uma pesquisa sobre o comportamento do motorista brasileiro feito pela GIPA
(órgão internacional especializado em estudos de mercado em pós-venda): manutenção em geral é irrisória, e manutenção preventiva só mesmo até os três primeiros anos de uso do veículo. E a corretiva, bem como diz o nome, só mesmo quando o problema já está instalado. Colocar a vida em risco com esse comportamento é a conseqüência direta da falta de cuidados com o veículo.
Sabendo que o estado de conservação do veículo pode interferir diretamente na segurança do motorista e ocupantes, dirigir com consciência significa cuidar bem do automóvel.
Entre os itens de segurança de grande importância, o freio merece atenção especial e precisa ser checado regularmente. Confira as dicas sobre esse assunto!
O sistema de freio trabalha em constante atrito e, por isso, há um desgaste natural de vários de seus componentes. É muito importante que se faça a revisão nos períodos adequados no sistema de freio, mantendo-o funcionando corretamente e proporcionando freadas seguras e com tempo de resposta adequado.
Verifique uma relação dos itens que devem ser revisados regularmente:
Fluido para freio
Indicação: troca anual
- O fluido para freio absorve água e, no reservatório, fica em contato direto com o ar (devido ao respiro na tampa) e submetido à umidade. Com o passar do tempo, há um aumento na quantidade de água nesse fluido. Essa água pode causar dois tipos de problemas. O primeiro é a oxidação de vários componentes que causa a diminuição da vida útil de peças como cilindro-mestre, roda, freio a disco, válvula reguladora de pressão, válvulas da unidade hidráulica do ABS (se o veículo for equipado com o sistema). Um outro problema é a diminuição do ponto de ebulição, pois apenas 1% de água misturada no fluido pode baixar até 50ºC o ponto de ebulição. Na prática, isso significa que em situações de uso intenso do freio, o fluido pode ferver e o pedal baixar, resultando na falta de resposta do sistema quando acionado.
Discos de freio
Indicação: verificar a cada 5 mil Km
- Os discos de freio têm uma espessura mínima recomendada, pois quando estão muito finos aquecem com mais facilidade e têm diminuída a resistência mecânica. Na prática, esse desgaste compromete a eficiência da frenagem já que o superaquecimento prejudica o atrito entre a pastilha e o disco, aumentando a distância de parada.
Pastilhas de freio
Indicação: verificar a cada 5 mil Km
- Devido ao atrito com o disco, as pastilhas de freio desgastam com maior rapidez. Por isso, é recomendada a troca quando a espessura mínima estiver com dois milímetros. Este procedimento é importante, pois caso o desgaste do material de atrito seja total, haverá contato direto entre disco e pastilhas, perdendo-se totalmente a eficiência do freio. Adicionalmente, o disco de freio estará também comprometido.
Tambor de freio
Indicação: verificar a cada 5 mil Km
- O tambor de freio recebe o contato das lonas de freio. O atrito provoca sua desaceleração e, conseqüentemente, a desaceleração da roda do veículo. A cada troca das lonas é aconselhável a substituição, ou mesmo sua retífica — se ainda estiver dentro do diâmetro máximo adequado. Caso o tambor passe da medida permitida, poderá se deformar ou dilatar quando for submetido a freadas intensas, o que pode causar desgaste irregular das lonas, perda de eficiência e até o travamento da roda.
Freio a tambor
Indicação: verificar a cada 5 mil Km
- O freio a tambor equipa o eixo traseiro da maioria dos veículos. A manutenção requer a verificação do cilindro de roda, lonas, molas e regulador automático. As lonas não devem ultrapassar 0,5 milímetro de espessura, pois além desse limite podem trincar ou soltar pedaços, causando ineficiência do freio. Caso haja desgaste completo das lonas, o contato “ferro com ferro” pode causar grandes danos ao sistema e perda de frenagem. Se o regulador automático não estiver funcionando corretamente, não é recomendado fazer a compensação, esticando o cabo do freio de mão. Dessa forma, o freio trabalha fora de sua geometria original, causando desgaste acelerado de vários componentes do freio a tambor e, conseqüente, perda de eficiência. Além disso, possibilita o contato entre a alavanca da sapata secundária do freio de estacionamento com o cubo da roda, desgastando e inutilizando essas peças.
Atuação (servo-freio, cilindro-mestre e válvulas)
Indicação: verificar a cada 30 mil Km
- Esta verificação inclui testes no servo-freio, verificando o estancar correto do vácuo gerado pelo motor do veículo por três freadas. Deve-se verificar, ainda, se não há obstrução na mangueira e se o nível de vácuo está adequado (verificar com um vacuômetro). O teste no cilindro-mestre pode ser feito, aplicando uma força no pedal e verificando se, após alguns segundos, mantém-se na mesma altura. O cilindro-mestre deve ser substituído preventivamente a cada 50 mil km.
Rodas traseiras arrastando com facilidade indicam possibilidade de problemas com a válvula reguladora de pressão. Se necessário, a válvula deve ser substituída, ao contrário do que muitos pensam, quando as rodas travam durante a frenagem perde-se a estabilidade direcional, há desgaste irregular dos pneus, aumento da distância de parada e perda do controle do veículo.
Depois dessas informações, não deixe de fazer a revisão do freio do seu carro e dirija com prudência, assim você contribui para um trânsito mais seguro.