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Freio a disco traseiro: funcionamento e manutenção

Esse sistema também pode ser acionado pelo freio de mão

Mais eficiente do que o freio a tambor no eixo traseiro, o freio a disco traseiro é indicado para veículos de alta performance. Desenhado especialmente para ser usado como freio das rodas do eixo traseiro, o equipamento hidráulico possui um freio mecânico de estacionamento que se ajusta automaticamente quando necessário.

Funcionamento
Atua basicamente como um freio a disco flutuante dianteiro, que possui pinos-guias para permitir o acionamento das duas pastilhas contra o disco ao mesmo tempo. Porém, como deve ser acionado também através do freio de mão — já que está montado no eixo traseiro do veículo — é equipado com um sistema de eixo excêntrico ligado a uma alavanca. Quando a alavanca do freio de mão é puxada, o cabo movimenta a alavanca do freio a disco traseiro que, por sua vez, aciona este eixo excêntrico — que empurra o pistão e as pastilhas contra o disco. Existe freio a disco traseiro que conta, ainda, com um interessante sistema de regulagem automática que permite que o pistão (aquele que aciona as pastilhas) se reposicione — sempre que as pastilhas estiverem gastas —, evitando que o pedal de freio se abaixe quando o sistema disco/pastilha sofrer desgaste.

Cuidados na utilização e manutenção

  • Como qualquer freio a disco, deve-se tomar cuidado com a limpeza do sistema hidráulico. É fundamental a troca de todo o líquido para freio a cada ano — procedimento que evita o desgaste prematuro dos componentes pela oxidação causada pelo acúmulo de água no fluido ao longo do tempo (o líquido do freio retém água). Além disso, a água diminui o ponto de ebulição do fluido. Para se ter uma idéia, apenas 1% de água no volume total, reduz o ponto de ebulição em aproximadamente 50o C. É importante a colocação de líquido de boa procedência e que atenda a todas as especificações nacionais e internacionais, além de ser quimicamente estável e resistente a variações climáticas.
  • As pastilhas devem ser substituídas sempre que a face do material de atrito estiver 2 milímetros (ou menos) em relação à placa da pastilha.
  • A cada troca de pastilhas é importante trocar os discos ou retificá-los, quando houver espessura útil para isso.
  • Na ocasião da troca do sistema disco/pastilhas, deve-se fazer um pré-assentamento com freadas suaves, determinando o padrão correto de desgaste dos componentes. A medida evita futuros problemas como ruídos e empenamento de disco (não fazer a chamada queimada, com freadas bruscas).
  • Quando retornar o pistão para inserir as novas pastilhas, deve-se fazer a  movimentação com ferramenta apropriada, girando-a no sentido horário, pois o pistão está rosqueado em um parafuso. É importante ressaltar que nos freios a disco dianteiros não é necessário girar o pistão.
  • Sempre que se inserir o pistão, deve-se abrir o sangrador do freio, evitando que a massa de fluido sujo se desloque para outros componentes do sistema de freio.
  • Deve-se, ainda, observar o estado das molas das pastilhas. Se estiverem fracas (perda de carga) permitem que o freio faça barulho durante o funcionamento. Nesse caso, devem ser substituídas.
  • Os pinos-guias devem ser lubrificados a cada ano com graxa apropriada. Não se deve usar graxa grafitada, que, por ser de origem mineral, contamina as coifas, dilatando-as e permitindo a entrada de sujeiras — o que diminui significativamente a vida útil, causa barulho e desgaste irregular das pastilhas.
  • Para trocar o anel de vedação do pistão, deve-se proceder como no freio dianteiro. No entanto, é necessário retirar o pistão, girando-o no sentido anti-horário com ferramenta apropriada. Para a recolocação, após a troca do anel, deve-se girá-lo no sentido horário.
  • Durante a manutenção, o freio deve ser limpo e lubrificado com o próprio líquido para freio.

Ao conhecer melhor o funcionamento de seu veículo, o motorista pode cuidar melhor de seu bem, mantendo-o seguro e em boas condições de uso, aumentando consideravelmente o seu valor de revenda.