Trânsito lento da cidade de São Paulo faz com que o motorista, em horário de pico, não ultrapasse os 40 km por hora, tendo de trocar a marcha de primeira para segunda o tempo todo. Esse processo de acelerar e brecar é enfadonho para o motorista que nem imagina como isso pode afetar a vida útil da embreagem do seu veículo, pois é o fato de ficar parado no trânsito, engatando primeira e segunda marcha diariamente que contribui para o desgaste prematuro desse sistema.
Em geral, a embreagem tem vida longa, pode chegar aos 100.000 km, mas, em cidades de trânsito pesado ou de topografia acidentada como Belo Horizonte pode contribuir para o desgaste da peça prematuramente, encurtando quase pela metade a sua durabilidade.
O simples fato de parar o veículo em um semáforo na subida com o pé no pedal da embreagem desnecessariamente contribui para o seu desgaste prematuro. O melhor é deixar o carro em ponto morto sempre que parar em semáforos. Por isso, que em cidades com topografia acidentada, com muitas ladeiras, a embreagem é mais usada e se desgasta mais rápido, diferente do que ocorre quando o veículo é utilizado em localidades planas. O mesmo acontece quando o veículo roda mais em estradas porque é possível percorrer longos trechos sem precisar ficar trocando o tempo todo de marcha, ao contrário do que acontece em cidades com trânsito intenso.
Em São Paulo, por exemplo, o motorista de táxi chega a trocar de marcha mais de 1.000 vezes ao dia. Haja paciência!
Nas Inspeções Veiculares Gratuitas realizadas em pontos de São Paulo pela Agenda do Carro, 20% dos mais de 2 mil veículos necessitam de revisão no item embreagem.
A embreagem é um dispositivo formado pelo disco, platô e rolamento, que fica localizado entre o motor e o câmbio e que se movimenta para gerar força e pressão, permitindo o acionamento do engate das marchas. São peças de desgaste, assim como a sola do sapato, e basta ligar o veículo que elas entram em ação para que o motorista dê a arrancada. Essa engrenagem também envolve outros componentes periféricos como molas e anéis de atrito, todos se movimentam quando a embreagem é acionada.
Para o motorista, somente o pedal fica visível que é de aço e revestido por uma capa que, ao se deslocar, também promove atrito. O pedal é conectado à embreagem por meio de cabo ou sistema hidráulico, dependendo do modelo do veículo. O importante é saber que cada tipo de carro tem um esforço adequado para o pedal que é o melhor indicativo para avaliar o estado da embreagem.
À medida em que a embreagem se desgasta, o pedal sobe e se não for regulado pode ficar seis centímetros mais alto do que o pedal do freio. Essa diferença é bem fácil de identificar e indica que está na hora de levar o carro para um mecânico de confiança que utiliza um aparelho específico para verificar como está o nível do esforço do pedal. Outra forma de avaliar é verificar se o pedal está duro. Com o desgaste do uso, o esforço no pedal para fazer a troca de marchas aumenta gradativamente, o que muitas vezes faz com que o motorista nem perceba a mudança. Somente quando ele vai dirigir outro veículo do mesmo modelo que o dele é que pode sentir a diferença e perceber que o pedal do seu carro está mais duro. O esforço do pedal pode aumentar, quase que triplicar, passando de 9 quilos para 30 quilos. E o motorista se acostuma com a mudança que é paulatina até chegar o momento do estado terminal do desgaste natural do sistema que deixa sinais bem característicos, como o motor faz barulho, o carro patina sai até fumaça, a marcha é engatada, mas o carro não sai do lugar. Por isso, quando o carro começar a patinar é melhor verificar o que está acontecendo.
Além do desgaste natural das peças, a embreagem também pode ter o seu funcionamento comprometido por outros motivos. Como o carro é um sistema integrado de peças e componentes, tudo está interligado. Se houver vazamento de óleo do motor ou do câmbio, a embreagem corre sério risco de ser danificada porque ela fica entre esses dois componentes que utilizam lubrificantes (motor e câmbio). Se ocorrer a contaminação, a embreagem perde totalmente a sua função e o processo é irreversível.
É por isso que os fabricantes recomendam que ao trocar a embreagem, sempre utilizando peças de qualidade e que atendam às especificações exigidas pela marca do veículo, os retentores de óleo sejam checados, pois se a embreagem for trocada e existir vazamentos no motor ou no câmbio, todo trabalho será em vão. O mesmo se aplica para as peças periféricas (garfo da embreagem, volante do motor e rolamento da ponta do eixo piloto).
Não adianta solucionar o problema pela metade, é necessário avaliar todos componentes estão ligados de alguma forma ao processo, podendo comprometer o seu funcionamento.
De uns tempos para cá, com a evolução da tecnologia embarcada nos automóveis, quando a embreagem precisa ser trocada já vem o kit completo com platô, rolamento e disco. Não há mais a comercialização separada de um desses produtos por entender que o sistema é composto por essas três peças que se desgastam com o uso e o funcionamento da embreagem, dependendo da qualidade e do estado em que elas se encontram.
E é conhecendo mais sobre o assunto é que se pode avaliar melhor e conhecer o carro e a melhor forma de mantê-lo em bom estado para garantir a segurança do motorista e ocupantes, além valorizá-lo na hora da revenda.
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